mão verde

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De uma pessoa que tem sorte com as culturas, e nasce tudo o que semeia,  costuma dizer-se que tem mão verde.

Muitas vezes dizem que tenho mão verde. Não acredito nisso. Nem tão pouco acredito que há dias bons ou maus para certas culturas ou trabalhos.

Deve-se esta falta de fé a uma entre muitas vivências e que vou aqui contar uma delas.

Tinha comprado algumas macieiras que se enchiam de flor e nunca davam fruta. Nesse terreno existia um feitor que deveria saber e cuidar desses pormenores. Em Fevereiro ou Março, estava a olhar para as macieiras e achei que precisavam duma poda. Fui buscar o escadote e instrumentos de corte e lá vai disto. Uma poda de arejamento. As macieiras eram duma variedade que adoro e que presentemente nem aparecem a vender seja: pero doce (aquelas maçãs cheirosas e macias) - estas ainda aparecem, bem como alguns peros azeiteiros,  e casanova (polpa branca e macia, um pouco ácida) esta já não encontro à venda.

A poda estava concluída quando chegou o feitor.
- Ai o que a senhora foi fazer! Na lua cheia não cortes a tua veia.

Fiquei preocupada, mas, afinal, lá para o Verão, comi, pela primeira vez, maças destas macieiras.

Para tudo na vida há a regra e a excepção.