terça-feira, 7 de setembro de 2010
boas maneiras
que é uma coisa de que pouco se fala, ou que pouco se vê. O chamado cházinho, que por vezes também não faz o efeito devido, nos filhos, mesmo sendo dado todos os dias. Descobri aqui um artigo delicioso sobre boas maneiras à mesa. Lembro aqui que da minha filha mais velha dizia uma directora de turma que era muito enjoada, isto porque pedia autorização para tudo e era bem educada. Com o que me contava do que se passava na turma pensei que em breve o deixaria de ser. E assim foi. Essa DT deixou de ter uma aluna enjoadinha. Claro que isso aconteceu na adolescência e as ervas daninhas foram eliminadas voltando a minha filha a ser enjoadinha, ou seja educada. Com os mais novos não vejo resultados do chá e por vezes desespero, mas nada de desistir.
domingo, 5 de setembro de 2010
borboletomania
Ontem comprei um medronheiro e uma aveleira. Queria plantar hoje as árvores. Afinal passou a tarde e sem o consegui fazer. Espero que as arvorezinhas se aguentem até amanhã ou depois. As avelãs nascem dentro de um "casulo" e as flores também são diferentes do habitual.
Uma das culpadas foi esta borboleta - vanessa atalanta - que apareceu ao pé da figueira.
Andava eu a olhar p'rós figos a ver quais pingavam e aparece-me a vanessa. Grande e fugitiva, foi poisar lá no alto, numa parra (da videira, claro) e só consegui fotografar a pontinha das asas. Banco, escadote, de tudo me armei para a caçar. Quando estava ao alcance do clic a máquina não se despachava nem focava em condições. Entre várias fotografias, eis as melhores. Vistosa esta borboleta.
Aqui quase não se vê, e eu em cima do escadote, na eminência de cair. Passou um bom bocado a comer este figo. Também gostas de figos pingo de mel? Eu cá empanturrei-me deles.
Uma das culpadas foi esta borboleta - vanessa atalanta - que apareceu ao pé da figueira.
Andava eu a olhar p'rós figos a ver quais pingavam e aparece-me a vanessa. Grande e fugitiva, foi poisar lá no alto, numa parra (da videira, claro) e só consegui fotografar a pontinha das asas. Banco, escadote, de tudo me armei para a caçar. Quando estava ao alcance do clic a máquina não se despachava nem focava em condições. Entre várias fotografias, eis as melhores. Vistosa esta borboleta.
Aqui quase não se vê, e eu em cima do escadote, na eminência de cair. Passou um bom bocado a comer este figo. Também gostas de figos pingo de mel? Eu cá empanturrei-me deles.
feira de gastronomia 2010
Para quem não pode ir aqui fica o link dum blog de Leiria com reportagem filmada.
sábado, 4 de setembro de 2010
porta antiga
Já foi porta de oficina, já foi porta de garagem, o que terá sido antes, o que será no futuro?
começa hoje
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
nuclear
Esta imagem é fantástica.
Este desenho foi-me enviado, digitalizado, pelo autor do mesmo, Augusto Mota.
O original tem 30 x 40 cm e foi pintado, em 1958, a óleo sobre cartão, com o título "Vórtice ou a génese do feto nuclear".
E como me enviou também este texto, aqui fica
Augusto Mota - professor, poeta, escritor, pintor
Augusto Mota - professor, poeta, escritor, pintor
Guerra e Paz
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
truques fotográficos
Fotografia roubada daqui e melhorada. Agora o horizonte já está na horizontal ou quase.
O objectivo era enviar por e-mail à dona do blog mas como o desconheço resolvi colocar aqui.
poema ilustrado
Tomás da Fonseca - (1987-1968) - poeta, professor, escritor, historiador, jornalista...
Stuart Carvalhais - (1987-1961) - pintor, autor de banda desenhada, ilustrador
Poema de Tomás da Fonseca, ilustrado por Stuart Carvalhais.
in "Illustração Portugueza" de 7 de Dezembro de 1914
Stuart Carvalhais - (1987-1961) - pintor, autor de banda desenhada, ilustrador
Canção do soldado
I
Tremula ao vento a bandeira
E soa ao largo o clarim,
A Pátria chama por mim,
Eu vou entrar na fileira.
Sofrerei a vida inteira,
Tudo quanto a vida encerra,
Contanto que a minha terra,
Meu Portugal seja amado,
E o português que é soldado,
Nunca teve medo à guerra.
II
Minha enxada abandonei-a,
Meu alvião lá ficou;
Coração, que tanto amou,
Outra estrela hoje o norteia,
Deixo, alegre a minha aldeia,
Os meus amores, o meu lar,
Vou p'rá França batalhar
À luz viva d'esta espada,
Que a honra da Pátria amada,
À vitória há-de levar.
III
Meu braço, que à neve e ao vento,
As duras terras volveu,
Sabe que é sob este céu
Que fica o meu pensamento.
Se, portanto, for sangrento
E rude o seu combater,
Não estranheis que o dever
Assim lho ordene, ó teutões:
Vai defender corações,
Salvar a Pátria ou morrer.
IV
soldado, vamos marchar
Unidos como um só corpo.
Que importa que fiques morto
Se vais mundos resgatar?
Ou nas terras d'além mar,
Ou nessa França querida,
Não me importa dar a vida
Em nome da Humanidade.
Sou filho da Liberdade,
Quero a Pátria redimida.
Poema de Tomás da Fonseca, ilustrado por Stuart Carvalhais.
in "Illustração Portugueza" de 7 de Dezembro de 1914
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
fenomenal
No meu tempo poderia chamar-se um fenómeno do Entroncamento, mas aquando desta notícia era azinheira colossal. Até parece mentira, e publicada no dia 30 de Março, seria a mentirinha do ano???
"À sombra da árvore estão do lado direito 101 porcos, do lado esquerdo 956 ovelhas, o automóvel e as pessoas", em Reguengos de Monsaraz.
Seja mentira ou não seja, aqui fica o registo, e de certeza que no futuro próximo não haverá árvores deste calibre, com os fogos que se registam todos os anos. Ou haverá?
in "Illustração Portugueza" de 30 de Março de 1914
"À sombra da árvore estão do lado direito 101 porcos, do lado esquerdo 956 ovelhas, o automóvel e as pessoas", em Reguengos de Monsaraz.
Seja mentira ou não seja, aqui fica o registo, e de certeza que no futuro próximo não haverá árvores deste calibre, com os fogos que se registam todos os anos. Ou haverá?
in "Illustração Portugueza" de 30 de Março de 1914
dia produtivo
De manhã fui regar e para além de uma borboleta amarela enorme, que não consegui fotografar :( deparei-me com estas flores lindas, e há mais para nascer.
Nasceram num canto, onde noutro dia apareceu a cobra, um local onde não costumo regar
De regresso à cidade, finalmente, mandei montar a janela de guilhotina, que vou fotografar em breve, a par doutra ainda não pintada, para comparar.
Nasceram num canto, onde noutro dia apareceu a cobra, um local onde não costumo regar
Estas flores nascem directamente dum caule grosso e alto, sem folhas, por enquanto. Não tive paciência para procurar o nome, talvez posteriormente o coloque se encontrar.
De regresso à cidade, finalmente, mandei montar a janela de guilhotina, que vou fotografar em breve, a par doutra ainda não pintada, para comparar.
De volta a casa encontrei o meu ex-prof de yoga, que por acaso também é marceneiro e vai, provavelmente, sexta-feira visitar a casa nº 2, a das janelas de guilhotina, para me aconselhar sobre os materiais a usar se me apetecer continuar o restauro.
E já que falei em professores, lembro-me que as aulas estão quase a começar e já ando a pensar como serão os horários, as turmas, os professores... Presentemente os pais também andam na escola com os filhos. Vamos a ver se agora que estou na mobilidade, e não tenho horários a cumprir consigo engrenar. E como os desabafos são como as cerejas, lembro-me agora duma amiga, que ainda tem que cuidar (pagar alimentação e renda de casa) da filha com 40 anos, que está desempregada e com uma depressão.
As coisas não andam no bom caminho, bolas!
a minha paixão por toiros e touradas
Há quem não goste da festa brava, e estão no seu direito. Eu gosto.
Este meu gosto já me tem causado muito virar de costas.
Os partidos de esquerda consideram que gostar de tourada é ser fascista.
O amigos dos animais também não aceitam a tourada e pensam que os aficionados maltratam os animais.
É preciso conhecer para amar.
Desde miúda que os meus pais me levavam à tourada. Eu não gostava. Tinha medo. Os curros eram pouco seguros e perto das casas de banho, os toiros muitas vezes saltavam as trincheiras e algumas vezes conseguiam mesmo andar pelas bancadas. O medo era tanto que nem conseguia ver nada.
Depois do aparecimento da televisão, as touradas começaram a ser mais seguras, e os comentadores explicavam o nome dos passes, as chicuelinas, os passes naturais, e eu até treinava aquelas posições e passes, sonhando ser toureira.
Quando fui estudar para Santarém, aprendi mais, conheci os toureiros e todo o mundo que os rodeia, os criadores de toiros e cavalos, os campinos. Compreendi que a tourada não é só, mas também, valentia. Há normas, regras rígidas, e os aficionados castigam os toureiros que não as cumprem.
De longe prefiro a tourada a pé em detrimento da faena a cavalo, embora tenha admirado alguns, extrordinários, como Gustavo Zenkl, pela entrega, alegria e emoção que transmitia a toda a praça e David Ribeiro Telles menos emotivo, mas grande cavaleiro e cumpridor das regras do toureio, também ele valia a pena ver. A pé, tenho que nomear Chibanga e Manuel dos Santos, grandes emoções e mais clássico o Diamantino Viseu.
na dúvida de que se consiga ler o original, transcrevo a parte da notícia que fala do toiro
"O toiro é um animal belo, altivo, orgulhoso, nobre. A sua pele negra, bem negra, esconde na ausência do claro-escuro a musculatura de Hércules.
O corpo é elegante e flexuoso; harmonioso no andar, coleante no galope largo, primoroso de linhas no repouso, majestoso na posição de reparar e ver. Na carreira, excede, por vezes, o cavalo.O olhar é vivo, brilhante, fino: por mais sereno, exprime, sempre, um vago de ameaça, que é de desconfiança e que é de orgulho. Como da cabeça de um fauno, da sua cabeça insolente, por entre a corna espessa e emeranhada, erguem-se as pontas , ameaçadoras foices da morte, como a do Tempo. Sempre perigoso no abordar, é temível no cão. Provocado, dominado pela cólera, alheia-se à dor e ataca até ao último resto das suas forças, narinas fumegantes, alucinado, arquejante, sem já ver o inimigo, até oscilar, até cair! Nenhum animal receia, nenhum o vence na luta: nem o tigre, nem o elefante, nem o leão. É pela valentia extrema, pelo desprezo da morte, pela nobreza do ataque, o bravo dos bravos!
Tal é o toiro, o velho e fidalgo animal, habitante da Península, o negro senhor das nossas lezírias que os Egípcios veneraram na terra e colocaram no céu entre as constelações do zodíaco. ..."
Esta descrição demonstra bem o amor e respeito por este animal magnífico.
Completamente fora de questão a ideia que os apreciadores de tourada maltratam os animais, sendo que a tourada também não tem isso como objectivo, nem sequer incentiva a violência. É pena que a tourada seja presentemente tão mal entendida.
Por hoje fico-me por aqui, mas hei-de voltar ao assunto.
Imagens digitalizadas da revista "Illustração Portugueza" de 23 de Março de 1908 - Texto de Marcellino Mesquita
(se alguém quiser toda a notícia posso enviar digitalizada-8 folhas/ficheiros)
Este meu gosto já me tem causado muito virar de costas.
Os partidos de esquerda consideram que gostar de tourada é ser fascista.
O amigos dos animais também não aceitam a tourada e pensam que os aficionados maltratam os animais.
É preciso conhecer para amar.
Desde miúda que os meus pais me levavam à tourada. Eu não gostava. Tinha medo. Os curros eram pouco seguros e perto das casas de banho, os toiros muitas vezes saltavam as trincheiras e algumas vezes conseguiam mesmo andar pelas bancadas. O medo era tanto que nem conseguia ver nada.
Depois do aparecimento da televisão, as touradas começaram a ser mais seguras, e os comentadores explicavam o nome dos passes, as chicuelinas, os passes naturais, e eu até treinava aquelas posições e passes, sonhando ser toureira.
Quando fui estudar para Santarém, aprendi mais, conheci os toureiros e todo o mundo que os rodeia, os criadores de toiros e cavalos, os campinos. Compreendi que a tourada não é só, mas também, valentia. Há normas, regras rígidas, e os aficionados castigam os toureiros que não as cumprem.
De longe prefiro a tourada a pé em detrimento da faena a cavalo, embora tenha admirado alguns, extrordinários, como Gustavo Zenkl, pela entrega, alegria e emoção que transmitia a toda a praça e David Ribeiro Telles menos emotivo, mas grande cavaleiro e cumpridor das regras do toureio, também ele valia a pena ver. A pé, tenho que nomear Chibanga e Manuel dos Santos, grandes emoções e mais clássico o Diamantino Viseu.
na dúvida de que se consiga ler o original, transcrevo a parte da notícia que fala do toiro
"O toiro é um animal belo, altivo, orgulhoso, nobre. A sua pele negra, bem negra, esconde na ausência do claro-escuro a musculatura de Hércules.
O corpo é elegante e flexuoso; harmonioso no andar, coleante no galope largo, primoroso de linhas no repouso, majestoso na posição de reparar e ver. Na carreira, excede, por vezes, o cavalo.O olhar é vivo, brilhante, fino: por mais sereno, exprime, sempre, um vago de ameaça, que é de desconfiança e que é de orgulho. Como da cabeça de um fauno, da sua cabeça insolente, por entre a corna espessa e emeranhada, erguem-se as pontas , ameaçadoras foices da morte, como a do Tempo. Sempre perigoso no abordar, é temível no cão. Provocado, dominado pela cólera, alheia-se à dor e ataca até ao último resto das suas forças, narinas fumegantes, alucinado, arquejante, sem já ver o inimigo, até oscilar, até cair! Nenhum animal receia, nenhum o vence na luta: nem o tigre, nem o elefante, nem o leão. É pela valentia extrema, pelo desprezo da morte, pela nobreza do ataque, o bravo dos bravos!
Tal é o toiro, o velho e fidalgo animal, habitante da Península, o negro senhor das nossas lezírias que os Egípcios veneraram na terra e colocaram no céu entre as constelações do zodíaco. ..."
Esta descrição demonstra bem o amor e respeito por este animal magnífico.
Completamente fora de questão a ideia que os apreciadores de tourada maltratam os animais, sendo que a tourada também não tem isso como objectivo, nem sequer incentiva a violência. É pena que a tourada seja presentemente tão mal entendida.
Por hoje fico-me por aqui, mas hei-de voltar ao assunto.
Imagens digitalizadas da revista "Illustração Portugueza" de 23 de Março de 1908 - Texto de Marcellino Mesquita
(se alguém quiser toda a notícia posso enviar digitalizada-8 folhas/ficheiros)
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