quinta-feira, 2 de setembro de 2010

poema ilustrado

Tomás da Fonseca - (1987-1968) - poeta, professor, escritor, historiador, jornalista...

Stuart Carvalhais - (1987-1961) - pintor, autor de banda desenhada, ilustrador




Canção do soldado
I
Tremula ao vento a bandeira
E soa ao largo o clarim,
A Pátria chama por mim,
Eu vou entrar na fileira.
Sofrerei a vida inteira,
Tudo quanto a vida encerra,
Contanto que a minha terra,
Meu Portugal seja amado,
E o português que é soldado,
Nunca teve medo à guerra.
II
Minha enxada abandonei-a,
Meu alvião lá ficou;
Coração, que tanto amou,
Outra estrela hoje o norteia,
Deixo, alegre a minha aldeia,
Os meus amores, o meu lar,
Vou p'rá França batalhar
À luz viva d'esta espada,
Que a honra da Pátria amada,
À vitória há-de levar.
III
Meu braço, que à neve e ao vento,
As duras terras volveu,
Sabe que é sob este céu
Que fica o meu pensamento.
Se, portanto, for sangrento
E rude o seu combater,
Não estranheis que o dever
Assim lho ordene, ó teutões:
Vai defender corações,
Salvar a Pátria ou morrer.
IV
soldado, vamos marchar
Unidos como um só corpo.
Que importa que fiques morto
Se vais mundos resgatar?
Ou nas terras d'além mar,
Ou nessa França querida,
Não me importa dar a vida
Em nome da Humanidade.
Sou filho da Liberdade,
Quero a Pátria redimida.


Poema de Tomás da Fonseca, ilustrado por Stuart Carvalhais.


in "Illustração Portugueza" de 7 de Dezembro de 1914

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